Ei galera, gostaria de partilhar algo que vivenciei esses dias e a reflexão que isso me trouxe.
Nesses dias conheci o projeto “andorinhas”, muito legal, onde realizamos visitas ao hospital e à psiquiatria tocando violão ou simplesmente com os ouvidos e corações atentos ao próximo.
No andorinhas de quinta-feira , às 12:00h, nos encontramos na capelinha do Hospital das Clínicas, aqui em Uberlândia, fizemos uma oração e fomos para o corredor da Cirurgia II e ficamos tocando e cantando algumas músicas a espera de que alguém nos chamasse para que tocássemos em seu quarto. A princípio achei que não seriamos chamados, achei que iríamos ficar no corredor pois não podíamos entrar nos quartos ‘oferecendo’ música sem que nos fosse pedido.
Nem terminamos a primeira música e alguém já nos chamava de dentro do quarto “Ei, deixa eu ver esse violão aqui” hihihi, nem terminamos e recebemos o recado de que a dona do ‘17’ gostaria que a gente fosse tocar uma música no quarto.
Enquanto cantávamos em um quarto e outro, eu atenção nas pessoas, tanto em quem havia nos chamado quanto em quem estava nas outras camas.
Achei linda a entrega das pessoas, elas cantavam sem medo, parecia que cantando, louvando à Deus, elas suplicavam a ajuda para quem estava doente na cama.
Reparei também que um moço que estava lendo um livro enquanto cantávamos, lá no quarto da dona do ‘17’, estava cantando junto conosco, ele começou no meio da música e ao final acho que nem estava mais lendo livro pois acompanhava, murmurando, cada palavrinha da música. E no final do quarto tinha um moço diferente, parecia não ter religião pois olhava para o alto o tempo todo, como se não acreditasse no que cantávamos, mas até ele recebeu um toquezinho, pois fui percebendo dele um olhar de admiração do tipo “como pode esses jovens vir aqui e cantar sem vergonha, como pode aquela dona colocar as mãos sobre seu filho na cama e chorar cantando a Alguém que o cure, como o ambiente mudou tanto depois que eles começaram a tocar”.
Achei lindo o modo como as coisas foram se acertando, não cantávamos bem, não sabíamos todas as músicas que nos pediram e mesmo assim, acredito eu, houve um toque especial naquele lugar, pouco a pouco nosso louvor não só subiu aos céus mas no coraçãozinho de quem via ou ouvia nosso louvor.
No andorinhas de sábado, às 10:00h, nos encontramos na porta da psiquiatria e fomos visitar os pacientes, eles estavam no momento de lazer, lá no jardim andando, conversando, se distraindo um pouco. Eu estava meio sem jeito, acho que fiquei com medo de me soltar e acabar sendo impedido de sair!!!, hihih.
Mas sério, foi nesse visita que percebi algo maravilhoso que Jesus mostra com seus atos.
Começamos a conversar, até a dançar com o pessoal, ihih, tinha um violão lá, mas nenhum dos que foram sabia de fato manusear o treco, como tenho um pouco de prática como bicho me meti a valente.
Das músicas que me pediram pouquíssimas eu soube, mas se não sabia tocar eu cantava e cantando, sem violão mesmo, eles também catavam! E a gente animava. E fui percebendo que pela alegria do nosso grupinho, a atenção que nos tratávamos (os pacientes foram muito atenciosos comigo), muitos vieram para junto de nós. Até que uma senhora chegou perto de mim e disse “olha, obrigado pela visita, por vir trazer essa alegria pra gente, por partilhar do seu tempo conosco”. Fiquei sem resposta diante daquilo, algo tão simples, tão ‘improvisado’ como foi, e ela nos agradecendo.
Foi onde percebi o quanto ELES é que estavam nos fazendo bem, entendi um pouco da dinâmica da entrega, do dar e receber! Estava me sentindo bem enquanto estava nos dois andorinhas, pois partilhando o que tenho, alegria, sorriso, esperança, fé, com aqueles que estavam um pouco mais desanimados, o Paisão lá em cima nos proporcionava muito mais.
É incrível perceber como o que é simples pra você pode ser algo maravilhoso pra alguém, como não é necessário todo uma aparato experimental ou uma voz de tenor para que a
música seja bela, como palavras de carinho ajudam tanto a curar machucados no coração e no corpo também.
Se você sabe de algo legal que está sendo realizado, participe! Se você acha que não consegue, tenha fé, Ele não escolhe os capacitados, mas te capacita enquanto você trabalha de modo que no final todo o trabalho será feito. “Ah, mas não dá com meu horário!”, tu não é quadrado, dá um jeito, os trabalhos mais belos que vi foram realizado por pessoas com pouquíssimo tempo disponível, parece que Ele fez de propósito pra mostrar uma coisa: “Para que a Obra seja realizada não é necessário tempo livre, mas dedicação!”
Era isso que eu queria passar pra vocês, espero que vocês tenham estado lá comigo enquanto leram esses parágrafos, pois foi ótimo!
Um forte abraço à todos e que a paz de Deus esteja com todos nós!
Grilo!